Motorista do caminhão do acidente com cinco mortes diz que estava fazendo o trevo e não viu nenhum veículo

O motorista do caminhão que se envolveu em um acidente com cinco morte na noite de sábado, 31, na rodovia BR-272, junto ao trevo de acesso a Goioerê, se apresentou na manhã de segunda-feira, 2, na Delegacia de Polícia de Goioerê e contou a sua versão do caso ao delegado Thiago Soares. Ele relatou que o caminhão estava fazendo o trevo e não o Monza, como se imaginou inicialmente.

José Benedito Camargo Gomes, 48, relatou que saiu de sua casa, em Janiópolis, por volta das 20 horas de sábado para vir até Goioerê, pela rodovia BR-272, e ao chegar se aproximar da cidade posicionou o caminhão no trevo de acesso à cidade, olhou à esquerda e à direita e não nenhum veículo se aproximando.

Em seguida, ele avançou lentamente para cruzar a rodovia e, depois de ter rodado cerca de um metro e meio, escutou o barulho de um choque, com o caminhão sendo deslocado para a direita, por cerca de 20 metros.

Com o choque, José Benedito disse que sofreu uma pancada na nuca, que provocou hematoma. Ele disse que saiu do caminhão e observou o local. Como estava zonzo, chegou a se deitar por alguns minutos.

Quando se levantou, o motorista do caminhão disse que avistou o outro veículo envolvido no acidente, já com equipes do Samu e dos bombeiros ao seu redor.

Por imaginar que pudesse ter morrido gente no acidente, José Benedito disse que resolveu sair do local, temendo ser agredido por algum familiar. Ele disse que seguiu a pé em direção ao centro da cidade, onde permaneceu na casa de um amigo até o dia seguinte.

No final do depoimento, José Benedito reafirmou que ao se aproximar do trevo não percebeu nenhum veículo atrás do caminhão e quando foi fazer o trevo observou e não viu nenhum farol aceso e que antes de cruzar a pista olhou para os dois lados, dando a entender que o veículo Monza onde estavam as vítimas fatais estava com o farol apagado.

Morreram no acidente o motorista do Monza Jhone Aparecido Moraes, 27 anos; a esposa dele Luciana Kudny Chagas, 25; as crianças Ana Clara Kudny Moraes, seis anos e Mirian Alexandra Senge Moraes, de dez anos. Nayara Vieira da Silva, 23, que era moradora de Campina da Lagoa, chegou a ser socorrida, mas morreu pouco tempo depois no hospital. Duas crianças foram encaminhadas em estado grave para a UTI de um hospital de Campo Mourão, onde ainda permanecem hospitalizadas.