Agricultura prevê safra de 19 milhões de toneladas de soja

A Secretaria da Agricultura e Abastecimento elevou novamente a projeção de produção de soja para a safra 2016/17, que deve ultrapassar as expectativas anteriores. Conforme acompanhamento do Departamento de Economia Rural (Deral), o Paraná deverá colher um volume recorde 19 milhões de toneladas de soja, impulsionado pela elevada produtividade que está sendo revelada pelo avanço da colheita.

A reavaliação de safra feita pelo Deral constatou que o clima foi excepcional durante o desenvolvimento da safra 16/17, favorecendo o desempenho das principais culturas cultivadas no período do verão: soja, milho e feijão. A nova projeção para a safra de verão aponta para um volume de 24,2 milhões de toneladas, 19% acima da safra anterior.

Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, as novas estimativas para a safra de verão 2016-2017 confirmam a eficiência dos produtores rurais paranaenses, que ano a ano, buscam acompanhar e aprimorar o desenvolvimento tecnológico como forma de melhorar a produtividade e a rentabilidade das lavouras. “Esse processo constante de capacitação e aprimoramento tecnológico reduz o risco e se traduz em produtividade e qualidade, características presentes em toda cadeia produtiva do setor agropecuário paranaense”, afirmou Ortigara.

De acordo com o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, praticamente todas as culturas foram favorecidas pelo clima, caracterizado pela corrente La Niña, que teve um comportamento mais fraco do que o esperado. Com temperaturas mais amenas na primavera e chuvas regulares durante todo o ciclo das culturas, atrelado ao emprego de tecnologia adequada, o resultado foi positivo. “Isso está sendo comprovado com as produtividades acima do previsto”, explicou.

COLHEITA – Cerca de 77% da área plantada com soja já foi colhida, indicando uma produtividade 5% acima da média inicialmente prevista. Segundo o economista do Deral, Marcelo Garrido, o Paraná está colhendo uma média de 3.655 quilos por hectare de soja, o que está elevando a produção da soja deste ano em 15%, em relação à produção anterior.

O bom desempenho também está ocorrendo com o milho. Segundo o Deral, o avanço da colheita revelou uma produtividade média no Paraná de 9.,1 mil quilos por hectare, a maior já registrada no Estado. Segundo o técnico Edmar Gervásio, do Deral, deverá ser colhido um volume de 4,6 milhões de toneladas na primeira safra, 40% superior à safra colhida no mesmo período do ano passado, apesar do recuo de área plantada de 21%.

A produtividade média do milho, obtida este ano no Paraná, revela que ela dobrou em relação às produtividades de 10 anos atrás, quando a média oscilava ao redor de quatro mil quilos por hectare. Segundo Gervásio, a tecnologia aplicada hoje em sementes, plantio, manejo de solos e novas cultivares, estão possibilitando essa excelência em produção de milho.

A segunda safra de milho já está com 94% da área prevista (2,35 milhões de hectares) plantada. A área será 7% maior em relação ao ano passado, a maior da história. De acordo com o Deral, a projeção de produção para o milho da segunda safra aponta para um volume de 13,6 milhões de toneladas. A concretização dessa expectativa depende do comportamento do clima durante o outono e início de inverno.

FEIJÃO – A segunda safra de feijão já foi 100% plantada, ocupando uma área de 230 mil hectares, 13% acima da área ocupada no mesmo período do ano passado. O Deral está projetando uma produção de 424.341 toneladas de feijão, considerando um aumento de 25% na produtividade.

Esse aumento no rendimento embute a volta da normalidade da safra, que teve muito prejuízo no ano passado. Cerca de 91% da cultura que está em campo está em boas condições de desenvolvimento, sendo que daqui para frente o comportamento do clima será decisivo no resultado final.

A primeira safra de feijão já foi encerrada, com a colheita de 362 mil toneladas, volume 23% acima do obtido no ano passado. De acordo com o economista do Deral, Methódio Groxco, foi uma safra cheia, praticamente sem quebra de produção, como aconteceu em anos anteriores. O clima colaborou e a tecnologia empregada pelos produtores, também. Com o aumento da oferta de feijão no mercado, os preços estão menores que no ano passado, apesar de ainda estarem acima do preço mínimo previsto para o grão.

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