Embargo à exportação de frango brasileiro pela União Europeia atinge oito frigoríficos do Paraná

O embargo à exportação de frango brasileiro pela União Europeia atinge diretamente oito frigoríficos do Paraná.

A lista anunciada nesta quinta-feira (19) relaciona 20 unidades produtoras no país que estão proibidas de vender produtos de origem animal, especialmente frango, ao bloco econômico.

Confira os frigoríficos paranaenses proibidos de exportar frango para a União Europeia:

  • BRF, em Ponta Grossa

  • BRF, em Toledo

  • SHB Comércio e Indústria de Alimentos S.A./ unidade da BRF, em Francisco Beltrão

  • Copagril, em Marechal Cândido Rondon

  • Copacol, em Cafelândia

  • Coopavel, em Cascavel

  • Avenorte, em Cianorte

  • Lar Cooperativa Agroindustrial, em Matelândia

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o Paraná é o maior produtor de frango do país, responsável por um terço da produção nacional. É também o que mais exporta este tipo de carne: de cada 3 quilos de frango que saem do Brasil, um é produzido em frigoríficos paranaenses.

Controle de qualidade

A decisão aprovada por um comitê da comissão europeia, em Bruxelas, na Bélgica, é final e começa a valer 15 dias depois da publicação.

O motivo do embargo, segundo o comitê, é a deficiência no sistema de controle de qualidade de carne destes frigoríficos.

A pressão europeia sobre o setor vem desde março de 2017, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Carne Fraca e aumentou em março de 2018, quando foi descoberto um suposto esquema entre laboratórios e frigoríficos para fraudar laudos de testes de qualidade.

Prejuízos

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal, o prejuízo com o embargo pode passar de R$ 1 bilhão de reais por ano.

Em conversa com produtores de aves em Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná, nesta quinta, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que a restrição imposta pela União Europeia pode impactar até 35% das exportações.

“Todos os frigoríficos que estão exportando não exportam só para a Europa, tem mercado interno, tem mercado na Ásia, tem mercado no México, tem mercado em vários lugares do mundo. Então, nós temos um problema, mas que não é o fim do mundo”, declarou o ministro.

Reflexos

Devido à proibição da exportação de frango pela UE, a BRF anunciou que dará férias coletivas de 30 dias para os 2,2 mil 2 mil funcionários da linha de abate de aves do frigorífico de Toledo, no oeste do Paraná, a partir do dia 2 de julho.

Em nota, A Lar, de Matelândia, disse lamentar a decisão da União Europeia e que ainda não foi notificada, por isso não tem como “informar com mais precisão as dimensões e consequências dessa suspensão”.

Do total de carne industrializada pela cooperativa, 50% é destinada à exportação e, deste volume, 7% corresponde ao comercializado com a União Europeia.

“Nosso compromisso com a qualidade na produção de frango já tem 18 anos de história, comprovada pelas certificações internacionais de BRC (British Retail Consortium) e Global G.A.P. (Good Agricultural Practice), além de constantes treinamentos e aperfeiçoamentos de toda a cadeia produtiva””, destaca a nota.

Em contato com os outro seis frigoríficos que estão proibidos de exportar para a União Européia. Nenhum quis comentar o embargo.

Fonte: G1

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