Historeando: Anna Turan Falcão – A primeira médica brasileira

Historeando:  Anna Turan Falcão – A primeira médica brasileira

A primeira médica brasileira foi uma paraense, cabocla ribeirinha de Igarapé Mirim. Muito poucos sabem disso. A desconhecida história e exemplo de vida de Anna Turan Falcão. Ignorada até mesmo pela historiografia oficial brasileira. Mas não pela História compromissada em resgatar pessoas de grande valor histórico e social.

Nascida em 1862, foi a primeira mulher brasileira médica formada. Mas a historiografia oficial reconhece outra médica, Rita Lobato, gaucha, que se formou meses depois, no mesmo ano em que Ana Falcão, em 1887, como a primeira mulher médica da nossa história.

Anna Falcão foi figura acima de seu tempo. Numa época em que a mulher era submetida ao tradicional sistema familiar patriarcal (esposa e mãe apenas), ela sonhou, rompeu a tradição e realizou seu sonho, ser médica e ajudar as pessoas, sobretudo aquelas pessoas pobres, ribeirinhas, desassistidas quase por completo do poder público.

A história de Anna Falcão é admirável. Era a filha mais velha de três irmãos, sendo que o pai, senhor de engenho, queria que um dos filhos homens fosse médico, mas esse filho não quis estudar. Ana então, com o apoio do pai, resolveu ser médica. Por várias décadas, ajudou a curar milhares de pessoas e combater várias doenças tropicais na Amazônia. Deixou seu legado riquíssimo para a nossa história.

Porém, teve que passar pelo caminho das pedras. O grande problema desfavorável a Ana foi que ela se formou nos EUA e seu diploma precisava ser revalidado no Brasil, e isso levou dois anos, quando ela retornou. Enquanto isso, a gaúcha, que se formou por aqui, foi oficialmente reconhecida como a primeira médica brasileira.

Mas esse fato não ofuscou a importância histórica de Ana Falcão. Deixou marcada sua trajetória na memória e na história da Medicina do Pará e do Brasil.

Fonte pesquisada: artigo “Anna Turan Machado Falcão (1862-1940): A pioneira médica esquecida da Amazônia”, Aristoteles Miranda e José Maria de Abreu

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