Secretaria da Saúde vai certificar municípios para a eliminação da sífilis
A
Secretaria de Estado da Saúde lançou, na quarta-feira (16), a
Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical da Sífilis Congênita
para os municípios que atingirem os critérios e os indicadores
estabelecidos mundialmente. A transmissão vertical da sífilis congênita
acontece durante a gestação, quando a mãe, já infectada em relação
sexual, passa a bactéria para o filho.
“Esta proposta é inédita entre Governo do Estado e municípios”, afirmou o
secretário estadual da Saúde, Beto Preto. Segundo ele, o objetivo é
incentivar e aprimorar os processos para a eliminação da sífilis
congênita que, apesar de ser uma doença milenar, ainda é a segunda
principal causa de morte fetal evitável em todo o mundo.
Os critérios devem estar em conformidade com diretrizes do Ministério da
Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Organização Mundial da
Saúde, Fundo das Nações Unidas para Infância, Conselho Nacional de
Secretários de Saúde, e Conasems (Conselho Nacional de Secretários
Municipais de Saúde).
O anúncio da certificação foi feito durante o Seminário de Mobilização
para Enfrentamento da Sífilis, promovido pela Secretaria e 2ª Regional
de Saúde da Região Metropolitana, em Curitiba, com a participação de
profissionais que atuam nas áreas da Vigilância e da Atenção Primária.
Representantes das 22 Regionais de Saúde do Estado também participaram
do evento por videoconferência.
Para conquistarem a certificação, os municípios deverão comprovar ações
de prevenção, qualificação e atenção ao pré-natal, tratamento das
gestantes e parcerias sexuais, profilaxia das crianças expostas e
promoção da saúde sexual e reprodutiva. Deverão, principalmente, atingir
o patamar indicado como aceitável na taxa de incidência de sífilis em
menores de 1 ano, que é de 0,5 caso para cada 1.000 nascidos vivos, nos
três últimos anos de monitoramento, explicou Beto Preto.
A taxa de detecção de sífilis em gestante e incidência congênita no
Paraná aumentou nos últimos anos: de 2,9 para cada 1.000 nascidos vivos
registrada em 2014, passou para 4,1 em 2015; para 4,7 em 2016; 5,6 no
ano de 2017; e 5,8 em 2018.
SÍFILIS CONGÊNITA
Segundo a médica Acácia Nars, muitas são as causas para o aumento dos
casos as sífilis congênita. “Destacamos a desinformação acerca do
assunto, a automedicação, o descuido no uso de preservativos e a
qualidade da atenção à gestante. É preciso que a grávida faça pelo menos
6 consultas no pré-natal e 1 teste para detectar sífilis por trimestre
no período gestacional e no parto”, disse.
São complicações da doença: aborto espontâneo, parto prematuro,
má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao
bebê no nascimento.
AEN-PR