Gaeco cumpre mandados de prisão em investigação de contrato do Detran
O
Ministério Público do Paraná, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado), cumpre na manhã desta
quarta-feira (20) cinco mandados de prisão temporária e sete mandados de
busca e apreensão dentro da Operação Taxa Alta, que apura suposto
direcionamento de procedimento efetivado em 2018 pelo Departamento de
Trânsito (Detran) do Paraná.
O processo destinava-se ao credenciamento de empresas responsáveis pelo
registro eletrônico de contratos de financiamentos de veículos com
cláusulas restritivas à venda (anotações de alienação fiduciária,
arrendamento, reserva de domínio ou penhor).
São alvos dos mandados, expedidos pela 12ª Vara Criminal de Curitiba, o
ex diretor-geral do Detran à época dos fatos, três servidores
comissionados que atuavam no órgão no mesmo período e um ex-assessor da
Governadoria do Estado. As buscas estão sendo realizadas em residências
em Curitiba, Maringá e Brasília, além da sede de uma empresa também em
Brasília.
Manipulação ? As investigações referem-se ao procedimento de
credenciamento 001/2018 do Detran, que foi concretizado em agosto de
2018. Segundo as investigações do Gaeco, o processo foi manipulado de
modo a beneficiar uma das vencedoras ? um dos servidores com mandado de
prisão expedido já havia sido, inclusive, preposto de outra firma
pertencente ao sócio-diretor da empresa beneficiada.
A empresa investigada faturou, entre novembro de 2018 e junho de 2019,
cerca de R$ 77 milhões. Ela realizou pedido de credenciamento para o
serviço 24 horas após a publicação do edital e, por um período,
praticamente monopolizou a atividade, em razão de ter sido beneficiada
no início e ter atuado de modo exclusivo.
Um aspecto relevante é que o preço atualmente cobrado pelo serviço (que
recai sobre os adquirentes de veículos financiados) é de R$ 350.
Entretanto, antes do credenciamento, os custos eram de cerca de R$ 150.
Assessoria