Imóvel financiado vai servir de garantia para empréstimos e outras operações de crédito
O governo estabeleceu regras para que um imóvel financiado possa ser usado como garantia em novas operações de crédito. A medida vale para pessoas físicas e jurídicas.
O Conselho Monetário Nacional aprovou nesta terça-feira (21) as regras para que um imóvel financiado sirva de garantia em um novo empréstimo.
A medida vale para pessoas físicas e jurídicas. Funciona assim: o imóvel financiado passa a valer como garantia para que a pessoa possa pegar um outro empréstimo. O cálculo do empréstimo novo depende do valor de avaliação do imóvel, do saldo devedor e do tipo de financiamento.
A dívida total, o financiamento que já existe mais o crédito novo, não pode superar 90% do valor do imóvel, que é a garantia.
Por exemplo, se um imóvel vale R$ 300 mil e o saldo devedor do financiamento é de R$ 175 mil, o crédito máximo possível é de 90% do valor do imóvel, R$ 270 mil, menos esse saldo devedor, ou seja, R$ 95 mil no caso de financiamento pela tabela SAC.
O prazo de pagamento não pode passar do tempo que falta para quitar o financiamento atual. Os juros não podem ser maiores que os já contratados anteriormente.
Por enquanto, esse crédito novo só pode ser obtido com o mesmo banco do primeiro financiamento e esse dinheiro serve para qualquer finalidade.
O governo espera injetar até R$ 60 bilhões na economia.
“Vamos supor uma pessoa que fez um financiamento de R$ 300 mil, e hoje o saldo devedor dessa operação está de R$ 150 mil; que ela possa em função até da sua comprovada capacidade de honrar a esse montante de dívida, de repente, é uma dívida que vai ser a um custo muito mais barato, e ela possa sim ou honrar outros compromissos ou até mesmo utilizar aí nas suas necessidades nesse momento aí de dificuldade”, explicou o diretor de fiscalização do Banco Central Paulo Souza.
O especialista Michael Viriato diz que a medida ajuda a buscar melhores condições de crédito na crise.
“É muito apropriada para aquele empresário, pequeno empresário, que está passando por dificuldade financeira e eventualmente tem um imóvel que já foi praticamente todo quitado. Famílias que também estejam passando por dificuldades que tem despesas eventuais de escola, conta de luz, elas podem contrair um empréstimo mais barato que seria muito muito melhor do que uma dívida de cartão de crédito ou um crédito pessoal e conseguir saldar essas despesas”, analisou o professor do Insper Michael Viriato.