Psi… O quê?

Psi… O quê?

Olá, pessoal! Meu nome é Sarita, sou psicóloga e estarei por aqui semanalmente conversando com vocês sobre saúde mental e outros assuntos que me inspiram. Isso porque, eu encontrei na psicologia uma forma de enxergar o mundo, mas essa é só uma maneira, existem muitas outras. Hoje vim aqui para me apresentar e falar um pouco sobre psicoterapia.

Embora a psicologia esteja regulamentada em nosso país há apenas 58 anos, existem muitos psicólogos em diversas áreas, como hospitalar, organizacional, escolar, trânsito, esportiva, clínica, entre muitas outras. Os psicólogos estão onde as pessoas estão. Eu mesma já passei por algumas dessas áreas, me especializei em psicologia do trânsito e em organizacional e atualmente tenho me dedicado, especialmente, à área clínica.

Isso porque, na psicologia não existe uma única orientação, um único caminho. O ser humano é tão complexo que existem várias abordagens, as quais são maneiras diferentes de explicar o homem e seus fenômenos. A psicanálise, a fenomenologia, a psicologia comportamental, entre outras, são exemplos dessas abordagens. E como os psicólogos escolhem uma dessas, já que todas são coerentes e experienciadas na faculdade? A escolha é um movimento interno de cada um, em um dado momento você acaba encontrando aquela que mais faz sentido para você. A minha abordagem de atuação, por exemplo, é a cognitivo-comportamental (TCC).

Nessa abordagem, temos por princípio básico que os nossos pensamentos são capazes de influenciar nossas emoções e a partir delas agimos no mundo. Isso significa que pensamentos distorcidos podem nos levar a interpretar situações de forma também distorcida, o que pode levar ao sofrimento.

Por exemplo, duas pessoas passam pela mesma situação: traição do cônjuge. Uma pensa que isso aconteceu por culpa dela, porque ela não foi uma boa esposa (ou marido), sente-se muito triste e sem esperança, passa a ficar muito tempo só e chorando, evita as outras pessoas e se isola. Já a outra, entende que qualquer casal está sujeito a isso, e, embora, sinta-se triste e decepcionada, não se culpa, passa um tempo só para digerir toda a situação, em seguida retoma o contato com amigos e familiares, e procura uma ajuda profissional para passar por isso. Entende como a forma que pensamos e interpretamos as situações estão intimamente relacionadas com a forma que sentimos e nos comportamos? Um outro ponto é que todo esse movimento pode acontecer sem que nos demos conta, isso ocorre porque, muitas vezes, já temos internalizados certos padrões de pensamentos e repertórios comportamentais.

E pra que essa conversa toda? Bom… uma das principais funções do psicólogo é ajudar na diminuição do sofrimento de uma forma mais humana, isto é, pela presença da sua personalidade e pela sua companhia, soma-se a isso o auxílio em ver as coisas de outros ângulos e observar outras possibilidades. Muitas vezes, isso significa ir com você até o fundo do poço não importando o quão fundo ele seja e te acompanhar de volta até a luz do dia.

E todo mundo precisa de terapia? Os motivos que levam alguém à terapia são inúmeros e além de não ser todo mundo que precisa de terapia, também não é sempre que se precisa de terapia. Uma paciente muito querida fez a seguinte analogia em consultório outro dia: “o psicólogo é aquela pessoa que tira poeirinha da frente das nossas vistas”. Isso é bem interessante se você pensar que as atitudes terapêuticas de escuta empática e cooperação podem ser feitas por qualquer um, inclusive amigos, todavia, as intervenções terapêuticas embasadas nas teorias psicológicas as quais se prontificam a clarear, esclarecer e pensar junto vêm apenas do profissional da psicologia. Portanto, nem todo mundo precisa de terapia, não é sempre que se precisa dela e ela não dura pra sempre, especialmente a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) que é focada em objetivos.

Bom… Vou finalizar por aqui te pedindo para não se importar com essa coisa de abordagens que mencionei, se você estiver pensando em fazer terapia, não procure uma abordagem, encontre um profissional que você queira que esteja com você nesse processo de autoconhecimento que acontece com respeito e delicadeza.

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