Comprar um imóvel será mais caro em 2021, com dólar alto e maior procura
Comprar a casa própria pode ficar entre 5% e 10% mais caro neste ano em relação a 2020, prevê a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Os preços podem subir no segundo semestre, puxados pelo aumento na taxa básica de juros (Selic) e do custo do material de construção e pela alta procura por imóveis, que já vem desde o ano passado.
Nesta semana, o Banco Central subiu a Selic de 2% para 2,75%, sinalizando novos aumentos à frente.
Como a taxa é uma referência para a economia, a tendência é outras taxas de juros também subirem.
Dólar alto encarece material de construção
O custo da construção civil é afetado pela disparada do dólar, hoje na casa dos R$ 5,60, que influencia o preço de matérias-primas como resinas de PVC, alumínio e cobre.
Celso Petrucci, presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, afirma que a inflação da construção civil costuma acompanhar a inflação oficial, o IPCA. “Mas agora está fora de controle”, disse.
Brasileiros reformam mais a casa na quarentena
Desde o ano passado, houve também aumento súbito da demanda por itens de construção.
“Muita gente que recebeu o auxílio emergencial e estava em casa decidiu investir na reforma do imóvel”, diz Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do Sinduscon-SP (Sindicato da Construção Civil do Estado
de São Paulo).
Ele diz que também afetou o mercado o fato de muitos fornecedores de matérias-primas terem quebrado entre 2014 e 2017, período de crise da construção civil. “Com aumento da demanda e menos produto em estoque, o preço sobe”, afirmou.