Paraná registra mais nove óbitos por dengue e Saúde alerta para cuidados e combate à doença
Eliminar o mosquito da dengue é fundamental, assim como informações sobre a doença – como ela é adquirida e a forma de transmissão – para conter novos casos. Mesmo com ações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) em inúmeras frentes, a participação da população é essencial para a eliminação dos criadouros do Aedes aegypti, já que a maioria está localizada em terrenos e residências.
De acordo com o 38º Informe Epidemiológico da dengue, divulgado nesta terça-feira (17) pela Sesa, são mais nove óbitos no Estado e 12.440 novos casos, um aumento de 28,43% em relação aos números do boletim da semana anterior. As pessoas que morreram residiam em Matinhos, Cafelândia, Cascavel, Terra Boa, Loanda, Nova Londrina, Maringá, Toledo e Telêmaco Borba. O Paraná contabiliza 21 óbitos e 150.752 casos notificados, com 56.191 confirmações, desde o início do atual período sazonal da doença, em agosto de 2021.
Dos 380 municípios que registraram notificações de dengue, 328 confirmaram a doença, sendo que em 286 deles há casos autóctones, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência dos pacientes.
Com o objetivo de orientar e engajar a população nesse combate, a Sesa esclarece as principais dúvidas sobre a doença:
Como a pessoa reconhece o mosquito Aedes aegypti?
Ele apresenta corpo escuro, com listras brancas no tronco, cabeça e pernas, e tem o hábito de picar, principalmente durante o dia.
Como a população pode ajudar?
Evitando a presença de criadouros, tanto em casa como no local de trabalho e estudo, dando destinação adequada ao lixo, inservíveis e recicláveis. Eliminar qualquer recipiente que possa acumular água, por menor que seja, é a chave para evitar a proliferação do mosquito.
Quais os criadouros mais comuns do mosquito da dengue?
Pneus, calhas, vasos, pratos de vasos, garrafas, caixas d’água sem tampa ou com a tampa quebrada, latas, lonas ou plásticos, ralos, bromélias, piscinas sem tratamento, banheiros em desuso, cisternas sem vedação adequada e recipientes que possam acumular água.
Uma pessoa infectada pode passar a doença para outra?
Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções. A pessoa também não se contamina por meio de fontes de água, alimento ou uso de objetos pessoais do doente de dengue. A transmissão ocorre apenas através da picada do mosquito infectado.
Quais são os principais sintomas da dengue?
Febre alta (acima de 38,5ºC), dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Outros sintomas mais graves como dor abdominal intensa, vômito persistente, tontura (hipotensão), diminuição do volume urinário e muito cansaço também podem ocorrer.
Em quanto tempo os sintomas aparecem?
De 3 a 15 dias após a picada do mosquito infectado.
Como distinguir a dengue de outras doenças febris como a gripe?
As duas condições são parecidas porque ambas têm entre os possíveis sintomas febre, dores de cabeça e no resto do corpo, cansaço e mal-estar. Entretanto, a dengue não apresenta sintomas respiratórios como coriza (nariz escorrendo), obstrução nasal (nariz entupido) ou tosse. O paciente deve evitar a banalização de casos febris e logo que iniciem os sintomas, procurar o serviço médico.
A partir de que momento deve-se procurar um médico?
É necessário buscar atendimento médico sempre que houver qualquer manifestação de algum tipo de sinal ou sintomas.
Por que alguns medicamentos são contra indicados em caso de dengue?
Medicamentos derivados de ácido acetilsalicílico (AAS) são totalmente contraindicados em todos os casos de dengue ou suspeita porque interferem na função plaquetária e, assim, aumentam o risco de sangramentos e hemorragias. Os anti-inflamatórios podem produzir sangramento digestivo em pacientes predispostos. Pessoas que fazem uso crônico de medicamentos devem informar esta situação na consulta médica para readequação conforme o caso (AAS infantil, anticoagulantes, entre outros). É essencial evitar a automedicação.
Por que algumas pessoas desenvolvem a forma grave da dengue e outras não?
A dengue não é uma doença banal e incapacita o paciente por vários dias. A maioria dos casos evolui para a cura, mas em algumas pessoas pode evoluir para as formas graves. Isso pode ocorrer pela predisposição individual, principalmente nos portadores de outras comorbidades, crianças, idosos e gestantes. E, ainda, se a pessoa contrair ou infectar-se por outro sorotipo.
Podem ocorrer casos de dengue nos meses de inverno?
Sim, desde que sejam mantidas as condições que propiciam a proliferação do vetor. Mesmo com baixas temperaturas, os ovos do mosquito se mantêm viáveis nos criadouros por aproximadamente um ano, vindo a eclodir assim que as condições ambientais estejam favoráveis. Por isso, é importante fazer um trabalho de remoção de todo e qualquer recipiente que possa acumular água, mesmo durante o inverno.
Colocar água sanitária na água ajuda a evitar as larvas?
Não. A única maneira de evitar a proliferação do mosquito é a eliminação e remoção de depósitos de água.
Como é feito o diagnóstico de dengue?
O diagnóstico é através da avaliação médica, baseada em exame clínico do paciente e vínculo epidemiológico. Poderão ser feitos exames complementares, como hemograma, para identificar a gravidade da doença e realizar o estadiamento da dengue. Os testes são indicados para monitorar a situação epidemiológica no Paraná e realizados em pacientes classificados com sinais de alarme e dengue grave. Enviados pelo Ministério da Saúde, também estão disponíveis para gestantes e para os óbitos suspeitos por dengue – nestes casos, 100% dos exames são garantidos para critério de Vigilância da doença no Estado.
Em que casos é feito o chamado “fumacê”?
A utilização do fumacê ocorre como último recurso para o combate ao vetor e possui caráter complementar às demais ações de controle, em virtude do alcance limitado e do grande impacto ambiental. Deve ser utilizado apenas em operações emergenciais na tentativa de contenção de surtos ou epidemias.
Veja mais informações em dengue.pr.gov.br.
Fonte: Sesa