Secretário de Anahy e três empresários de Cascavel são presos em operação
Polícia descobriu que, com dinheiro público, foram pagas até aulas de zumba.
A Polícia Civil da Divisão Estadual de Combate a Corrupção de Foz do Iguaçu, com apoio de policiais de Cascavel, prendeu nesta terça-feira (29), três empresários de Cascavel e o secretário geral da Prefeitura de Anahy, Edimar Zanatta. Eles são acusados de fraudes em licitações.
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Durante a investigação, conforme o delegado Lucas Américo Magron, foi descoberto o pagamento de eventos particulares com dinheiro público, como aulas de zumba.
O secretário e os empresários, que não tiveram o nome divulgado mas já teriam envolvimento com fraudes semelhantes, foram presos preventivamente. Além disso, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e cinco mandados de proibição de contratar com a Administração Pública, ou seja, participar de licitações e pregões, por exemplo.
Conforme a Polícia, a ação é desdobramento da Operação Retrocase, desencadeada há aproximadamente três anos. Os presos são suspeitos de integrar uma organização criminosa que fraudava licitações de peças de reposição de maquinários pesados em diversos municípios do Estado, envolvendo servidores públicos e políticos.
A organização é capitaneada pelo núcleo empresarial, o qual coopta servidores públicos chave (quando não o mandatário máximo, outros do primeiro escalão e/ou fiscais de contrato) nos diversos municípios, para serem favorecidos nos certames públicos. Em troca pagam aos servidores parcela dos valores obtidos com contrato (utilizam o termo “retorno” para designar “propina” por isto). No caso, o secretário de coordenação geral de Anahy.
De acordo com o delegado Lucas, os empresários combinavam os procedimentos licitatórios com os servidores dos municípios, nesse caso Edimar Zanatta. “Quando não venciam o certame na íntegra, eles faziam uma espécie de ajuste com os concorrentes, sendo que alguns foram presos preventivamente nesta fase da Operação, e também com concorrentes de outras empresas”.
Além da fraude em si, as empresas forneciam peças e serviços com qualidade inferior ao contratado e ainda foi apontado o crime de falsidade ideológica, pois as empresas, mesmo não preenchendo os requisitos, eram habilitadas nos procedimentos, quando deveriam ser excluídas.
Outro ponto é que o secretário preso preventivamente atuava como presidente de licitação e pregoeiro. Ele concentrava ‘poderes’ em várias fases da licitação e com isso, segundo o delegado, conseguia manipular todas as fases da licitação.
Com relação as empresas, o delegado explica que elas fazem confusão patrimonial, empresas de fachada, grupo de Cascavel liderada por uma pessoa. Ainda conforme informado, os empregados em determinados momentos se configuram como sócios proprietários de estabelecimentos concorrentes, ora, como empregados da empresa principal.
Fonte: https://pretonobranco.com.br/