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Mulher com distúrbio raro realiza ‘sonho’ de ficar cega

Com a ajuda de um psicólogo, ela aplicou líquido desentupidor de pia para perder a visão definitivamente. Ela sofre com um transtorno que a fez desejar tornar-se deficiente.

Desde quando era uma criança, a americana Jewel Shuping tinha um sonho que pouca gente poderia compreender: ficar cega. Embora tenha nascido com o corpo em perfeito estado, ela sempre quis perder a visão. Aos 21 anos, ela realizou objetivo.

Shuping, com a ajuda de um psicólogo que ela não revela o nome, aplicou um líquido desentupidor de pia nos olhos e esperou cerca de 30 minutos para buscar ajuda médica. Como resultado, ela foi perdendo a visão até ficar quase completamente cega.

“Eu realmente acho que é assim que eu deveria ter nascido”, contou à revista “People”.

A americana sofre com um distúrbio raro chamado transtorno de identidade de integridade corporal, que faz com que a pessoa rejeite uma determinada parte do corpo ou tenha o desejo de se tornar deficiente.

Ela contou que sua mãe a flagrou várias vezes caminhando pelos corredores de casa durante a noite quando tinha 3 ou 4 anos. “Aos 6, eu lembro de pensar que ser cega me deixaria confortável.”

Mais tarde, na adolescência, Shuping adquiriu uma bengala branca e, aos 20, aprendeu a ler Braille fluentemente. Pouco tempo depois, realizou o sonho de perder a visão.

“Eu fiquei tão feliz, senti que era assim que deveria ter nascido”, contou.

Inicialmente, a americana disse à família ter sofrido um acidente, mas ao descobrirem a verdade, sua irmã e mãe cortaram relações.

No entanto, Shuping afirmou que nunca foi tão feliz e que não se arrepende de sua decisão – mas não recomenda outros a fazerem o mesmo.

“Não sigam meu método. Eu sei que há uma necessidade, mas talvez algum dia haverá tratamento para isto [transtorno]“, aconselhou. “As pessoas com o distúrbio se jogam na frente de trens para perderem as pernas ou caem de penhascos para ficarem paralíticas. É muito perigoso. Elas precisam de ajuda profissional.”

Shuping, agora deficiente, quer sensibilizar as pessoas sobre a doença e ajudar outros cegos a viverem suas vidas de forma independente.

Ela compreende a indignação de algumas pessoas com o que fez, mas reitera que também precisa de ajuda. “A forma como me tornei deficiente não importa”.

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