A equipe da Polícia Civil de Campo Mourão prendeu na tarde de domingo, 15, os vereadores de Juranda Nelson Pinto, José Theodoro Alves e Pedro Gonçalves (Tiroga), que são acusados de tentar extorquir a ex-prefeita Leila Miotto Amadei, pedindo dinheiro para aprovação de contas que já vinham recomendadas para serem aprovadas pelo Tribunal de Contas do Paraná.
Os vereadores foram presos no restaurante do posto de combustíveis tio Patinhas, em uma ação conjunta do Gaeco com a Polícia Civil de Campo Mourão, que flagraram os três no momento em que eles recebiam os cheques da extorsão, no valor de R$ 25 mil cada, que estavam sendo entregues pelo marido da ex-prefeita, Devonir Antonio de Amadei.
O pagamento seria para garantir a aprovação das contas do ano de 2009 pela Câmara Municipal. As contas já tinham recomendação de aprovação por parte do Tribunal de Contas, mas os vereadores ameaçaram reprová-las para deixar a prefeita inelegível, fazendo a extorsão.
Segundo o jornal Tribuna do Interior, os vereadores exigiram da ex-prefeita um total de R$ 150 mil, R$ 50 mil para cada. Eles queriam R$ 75 mil com antecedência e o restante após a votação das contas na Câmara.
O delegado chefe da 16ª Subdivisão Policial de Campo Mourão, Nagib Nassif Palma, que participou do flagrante, informou que os três parlamentares responderão a crime de concussão, quando o servidor público, em razão do cargo, exige vantagem indevida. Se condenados, poderão pegar de dois a oito anos de prisão, e multa. Poderão ainda perder os mandatos e direitos políticos.
A ex-prefeita de Juranda, Leila Amadei informou que Pedro Gonçalves e José Theodoro, que respondem pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Vereadores do município, procuraram um ex-funcionário dela na semana passada, marcando um encontro na sexta-feira (13) em Campo Mourão. “Quando esse ex-funcionário me ligou avisando já imaginei que fosse para pedir dinheiro para aprovar minha prestação de contas”, disse a ex-prefeita. “A fala deles para o meu ex-funcionário é que aprovariam minhas contas e que eu não precisaria me preocupar mais e poderia seguir minha vida política”, emendou.
Segundo Leila, os vereadores teriam informado ao seu ex-funcionário que o prefeito de Juranda, Bento Batista (PTB), teria oferecido R$ 300 mil a eles para reprovarem suas contas referentes ao exercício de 2009, que já haviam sido aprovadas pelo Tribunal de Contas com a intenção de deixá-la inelegível para as Eleições do próximo ano.
A ex-prefeita informou também que os vereadores disseram que já estavam providenciando junto ao contador da Câmara dois pareceres, um pela aprovação e outro pela desaprovação e que iriam apresentar o parecer de acordo com quem oferecesse o maior valor. “Eu achei isso um absurdo e procurei o Gaeco em Maringá para denunciar”, disse Leila.
As contas do exercício de 2009 do foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) com ressalvas por causa de alguns ajustes de contabilidade. Segundo Leila amadei, a conduta da Câmara Municipal é sempre o de seguir parecer do Tribunal. (Goionews, com informações e fotos da Tribuna do Interior).
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