Uma série de mortes repentinas de árvores na região central e em bairros de Cascavel está relacionada a crimes ambientais. Os casos vieram à tona no início da semana quando uma árvore da espécie jacarandá mimoso caiu no cruzamento das ruas São Paulo com Visconde de Guarapuava, no centro da cidade, na última segunda-feira (13). A árvore foi ao chão um mês após a proprietária do terreno protocolar o pedido de corte à Secretaria do Meio Ambiente.
Técnicos do meio ambiente encontraram um orifício no tronco da árvore que foi utilizado para injetar o herbicida e envenená-la. Suspeita-se que tenha sido usado um herbicida chamado Tordon, que em poucos dias é capaz de matar uma árvore. O secretário de Meio Ambiente, Luiz Carlos Marcon, diz que ainda não é possível saber se foi utilizado Tordon para enfraquecer o jacarandá de aproximadamente três décadas de vida. No tronco também foi encontrada uma substância branca aparentando ser soda cáustica.
A morte do jacarandá mimoso não é um caso isolado, segundo Marcon. Ele diz que pelo menos outros 50 casos semelhantes já foram detectados pela Secretaria de Meio Ambiente. No caso do jacarandá, algumas denúncias chegaram até a secretaria informando que não foi a proprietária do terreno quem provocou a morte da árvore, mas uma pessoa que reside nas proximidades.
Segundo Marcon, o caso será verificado para tentar identificar o autor do crime ambiental. Ele diz que a ideia é apresentar denúncias ao MP (Ministério Público) para que o órgão investigue com mais profundidade. “Em tese eu teria que multar o proprietário do local e ele plantar uma árvore do mesmo tipo”, relata o secretário.
A legislação diz que o proprietário do imóvel é responsável pela árvore em frente à sua residência, mesmo que ela esteja sobre a calçada. As reclamações mais comuns quando pedidos de corte ou poda chegam à Secretaria de Meio Ambiente é relacionada à queda de folhas que provocam entupimento de calhas ou que a pessoa precisa mudar alguma coisa no local. “Quem mata árvore não pede a retirada”, ressalta. A multa para quem pratica esse tipo de crime ambiental pode chegar a R$ 700,00, além de ter que plantar outra árvore da mesma espécie e no mesmo local.
O veneno – O Tordon é o nome comercial do Picloran, um herbicida que se aplicado no tronco de uma árvore provoca sua morte em um espaço curto de tempo. Na internet é possível encontrar inúmeras postagens que mostram os procedimentos passo a passo para cometer o “arvorecídio”. Os relatos mostram que a árvore morre de dentro para fora.
O herbicida, no entanto, possui um alto nível de toxicidade e pode contaminar o solo e sistemas de irrigação. Na bula do produto, o fabricante diz que durante a manipulação é preciso usar macacão com mangas compridas, capa ou avental, luvas impermeáveis, botas óculos e máscaras protetoras especiais providas de filtros adequados. O contato direto com o produto pode provocar Mal-estar, vômitos, enfraquecimento muscular, dificuldade respiratória, bradicardia – ritmo cardíaco lento -, suor excessivo e dificuldade em urinar. (CGN)
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